É um corpo carnudo de aparência angélica feito pelo Deus num momento de grande inspiração. A Criatividade Divina transformou o pedaço de osso da costela numa obra de arte eterna.
Fez a fêmea parecida com o macho. Extensivo um do outro. Encaixam bem sendo de altura próxima e de humores complementares. Um é robusto e áspero, o outro é suave e gracioso.
O Deus estava deveras bem-disposto e generoso, pois não existirá no universo conhecido algo de tão elegante, tão passível de ser desejável e aspirado.
A pele é suave e deslizante, tem protuberâncias, saliências, curvas, altos e vales de uma geometria simultaneamente simples e intrincada.
Pressente-se na superfície húmida da língua um sabor aromático, um vislumbre de infinito, uma perplexidade inexprimível.
Um desejo crescente, de sentido misterioso, furta-se à lógica instituída do sentido do viver individual e coletivo.
Fecham-se as pálpebras e pressentem-se no interior dos pensamentos imagens movediças, dançantes e saltitantes. Entusiasmam e alimentam energias capazes de percorrer longas distâncias e tempos demorados.
Na história dos tempos vão-se acumulando descrições minuciosas, exemplos múltiplos de formatos, vontades, tendências, cumplicidades, várias e arrastadas.
José Guilherme | 26.07.2017
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