quarta-feira, 26 de julho de 2017

Paixão


Uma força intensa propaga-se pelo corpo, eclode no interior dos músculos, rebenta no interior dos pensamentos velozes, expande-se rapidamente pelo interior do corpo e nasce pela epiderme.

É uma felicidade quando o dia a dia se desenrola num espírito de paixão.

Essa paixão que ocorre entre episódios de vida privada e se propaga pelos momentos da vida profissional.  

Essa paixão que alimenta a visão positiva, o sentido otimista, o desejo de prolongamento. A vontade de repetir, de continuar, de refazer, de insistir, de ir mais além.

A paixão que afasta o desaire, a frustração, o cansaço, o sentido de inquietude e de ansiedade.

Quando se ausenta, quando escasseia, fica tudo difícil, fica tudo num nunca mais terminar.

Sem paixão apela-se à paciência, à persistência intolerável. O tempo torna-se arrastado e demora a chegar lá.

Como criar de novo a paixão? Como voltar ao animo feliz, ingénuo, expansivo.

Faz falta essa paixão locomotora, esse gerador de criatividade agitada.

É preciso parar, olhar para muitos lados, insistir, ferrar os olhos nos sentidos.

O que se passa? Porra, onde está o raio da paixão. Exige-se que venha, depressa, com postura e volume.

Sem paixão tudo fica com um sentido desfocado, provinciano, limitado, áspero.

Não passa de uma decisão! É preciso decidir que é tempo de paixão. Com coragem e persistência.

Mas é difícil a coragem e o sentido verdadeiro da intenção de decisão.



José Guilherme | 26.07.2017

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