Uma força intensa propaga-se pelo corpo, eclode no interior
dos músculos, rebenta no interior dos pensamentos velozes, expande-se rapidamente
pelo interior do corpo e nasce pela epiderme.
É uma felicidade quando o dia a dia se desenrola num
espírito de paixão.
Essa paixão que ocorre entre episódios de vida privada e se
propaga pelos momentos da vida profissional.
Essa paixão que alimenta a visão positiva, o sentido
otimista, o desejo de prolongamento. A vontade de repetir, de continuar, de
refazer, de insistir, de ir mais além.
A paixão que afasta o desaire, a frustração, o cansaço, o
sentido de inquietude e de ansiedade.
Quando se ausenta, quando escasseia, fica tudo difícil, fica
tudo num nunca mais terminar.
Sem paixão apela-se à paciência, à persistência intolerável.
O tempo torna-se arrastado e demora a chegar lá.
Como criar de novo a paixão? Como voltar ao animo feliz,
ingénuo, expansivo.
Faz falta essa paixão locomotora, esse gerador de
criatividade agitada.
É preciso parar, olhar para muitos lados, insistir, ferrar
os olhos nos sentidos.
O que se passa? Porra, onde está o raio da paixão. Exige-se
que venha, depressa, com postura e volume.
Sem paixão tudo fica com um sentido desfocado, provinciano,
limitado, áspero.
Não passa de uma decisão! É preciso decidir que é tempo de
paixão. Com coragem e persistência.
Mas é difícil a coragem e o sentido verdadeiro da intenção
de decisão.
José Guilherme | 26.07.2017