Quero fazer amor, quero fazer sexo,
quero sentir a paixão intensa, quero usufruir da empolgante magia das hormonas
agitadas, o êxtase extrovertido da faísca que saltita na superfície crispada da
epiderme.
Sinto o sabor perfumado dos lábios
que se digladiam, das línguas que se retorcem.
As mãos deambulam e fazem pressão
aqui e ali. Os cabelos esvoaçam, e acariciam.
A língua escorrega e lambe
loucamente toda a pele desnuda que se atravessa.
Os peitos tenrinhos conquistam-se
milimetricamente, terminados nos bicos duros que se sugam obsessivamente em
busca da memória primeira, das gotas alimentícias que nascem frugais.
As mãos apertam a cintura firme e
desçam pelas ancas abastadas, apalpando as nádegas carnudas, fartas, quentes,
sôfregas de dentadinhas lentas e insistentes.
A língua como que despercebida, vai
por aqui, vai por ali, desce mais à frente, retrocede mais um pouco, passa à
esquerda, desvia-se para a direita, aproxima-se, detém-se, observa, eleva-se,
mergulha, espalma-se, e lambe, lambe com prazer intenso e orgulhoso.
O corpo estremece e intensifica-se,
sofrendo espasmos elétricos que se propagam e dilatam.
Os lábios, húmidos, dilatados,
abrem-se e anseiam.
Os corpos ajustam-se, agarram-se,
debatem-se e penetram-se.
Uma onda intensa, obsessiva,
poderosa, bombeia e deflagra, lubrificando, aquecendo, enlouquecendo
instantaneamente. Os corpos unidos num só, sentem uma eternidade fugidia, ficam
estáticos, intensos, humildes, numa meditação eterna.
A solidez da força, da contração,
da confiança, do amor próprio engrandecido, acalma e mergulha numa plenitude,
numa serenidade que se propaga e pinta o arco-íris com as cores duma visão suavizada
e eterna.
Sem comentários:
Enviar um comentário